domingo, 17 de julho de 2011

Acopiara é destaque no Diário do Nordeste

Voluntariado mantém museu


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Arcevo é variado. A instituição reúne centenas de fotos de personalidades locais, lideranças políticas, empresariais, religiosas, peças de uso doméstico e no trabalho
FOTO: HONÓRIO BARBOSA
Projeto surgiu há 13 anos pela iniciativa de quatro mulheres e hoje é apoiado pela própria população da cidade


O trabalho voluntário de um grupo de aposentadas procura resgatar e mostrar aspectos da vida cultural, social e da história desta cidade, localizada na região Centro-Sul. A Organização Não Governamental (ONG) Raízes mantém, há 13 anos, um museu com diversas peças, fotos, documentos e livros que pertenceram às famílias locais. O acervo está instalado no prédio da antiga Associação Comercial, construído na década de 1950 e hoje é referência para pesquisa de estudantes e curiosos sobre os acontecimentos do passado.Diariamente, o museu é frequentado por moradores, estudantes e visitantes que querem conhecer um pouco mais da cidade. A ideia nasceu do desejo de quatro amigas, Adaíza Fernandes, Fransquinha Medeiros, Socorro Gurgel e Izamar Teixeira. O projeto saiu do papel, ganhou espaço, confiança dos moradores que doaram acervo familiar e não para de crescer.                                 Populaçãoaprova                                                                                                                                   Segundo a avaliação das diretoras, a ideia deu certo e recebeu a aprovação da população. Em decorrência da falta de funcionários, o museu só é aberto periodicamente nos meses de julho, agosto e setembro, que coincidem com as férias escolares, a festa anual do Reencontro de filhos do município e da padroeira, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Nos outros meses, as visitas são programadas. "Quando alguém quer conhecer o museu, abrimos com satisfação", informa Adaíza Fernandes, presidente da ONG Raízes.O acervo é variado. A instituição reúne centenas de fotos de personalidades locais, lideranças políticas, empresariais, religiosas, peças de uso doméstico e trabalho, tais como potes, balanças, chaleiras, tijolos e telhas de barro, bandeirolas usadas antigamente nas janelas das casas, telefones, máquinas de escrever, de costura manual, celas de montaria, guarda-louças, móveis, a primeira cadeira do dentista, o primeiro rádio da cidade e a antiga amplificadora, a Virgem do Perpétuo Socorro (VPS) que era a voz da comunidade.O serviço sonoro executava música, informações e mensagens amorosas entre os jovens de então. "A gente ficava na praça, flertando, que hoje os jovens conhecem como paquerar", lembra em tom de alegria, Adaíza Fernandes.O visitante conhece um pouco da história do Município que se emancipou de Iguatu em 1921. Até essa data denominava-se Lages. Em 1933 passou a chamar-se Afonso Pena e a partir de 1943, mudou para o atual nome, Acopiara, que significa a Terra do Lavrador.O museu é bem cuidado e é um espaço ideal para relembrar o passado e aprender com a história. "Aqui nós temos um pouco da nossa história, do nosso passado", diz Francisca Gurgel, conhecida por Fransquinha. "É um trabalho voluntário que nos dá muita satisfação". A diretoria da ONG está sempre solícita para com os visitantes. "Queremos conservar a nossa história e que as pessoas tomem conhecimento de como era a cidade no século passado", observa Rivanda Teixeira.                                                                                                                                                      Papelcultural                                                                                                                                                         O espaço é também usado para lançamento de livros. Recentemente, a obra ´Acopiara, formação histórica e política´, de Paz Laurino foi lançada. Na prática, desempenha um papel não realizado por nenhum órgão público local. No acervo, há uma carta escrita por Padre Cícero, de 1932, em resposta à moradora Zilda Vieira, que pedia ajuda ao sacerdote, e recebeu conselhos para reza do terço e orações ´que Deus proverá´. Padim Cícero se diz impossibilitado de doação material. Pilão, moinhos e ferro à brasa compõem o acervo e revelam aspectos da lida diária doméstica. Há também peças de antigas indústrias de beneficiamento de algodão, moendas e máquinas de datilografar que mostram modos de produção no século passado.A luz elétrica era gerada por motor a diesel, o rádio era um objeto de sala, grande, e a válvula. Os telefones eram mono canal e pesados. O curioso é a comparação com a tecnologia moderna. Um ao lado do outro, o visitante observa que aparelhos celulares de primeira geração ficam desproporcionais com os atuais. Há telhas de cerâmica datadas de 1916, também pesadas e grandes.A vida social da cidade é retratada com fotos da antiga estação ferroviária. "Esperar o trem era um acontecimento social, importante", relembra Adaíza Fernandes. "Todos estavam bem vestidos". A ONG Raízes promove a cada ano, no mês de julho a Festa dos Conterrâneos, com missa de ação de graças, seresta e baile. É um momento anual para recordação, confraternização e reencontro.

MAIS INFORMAÇÕESONG Raízes. Rua Afonso Pena, 27, Centro. Fones: Adaíza Fernandes (88) 3565. 0338 e Fransquinha Medeiros: (88) 3565. 0334
HONÓRIO BARBOSARepórter

Diário do Nordeste
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O LEO Clube de Acopiara parabeniza as Companheiras Leão Adaíza Fernandes e Fransquinha Medeiros pelo trabalho desenvolvido na ONG Raízes, não deixando que a história acopiarense se perca no tempo.

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